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Postado 15/05/2018 às 15:29:27 por Equipe de Comunicação
Eflúvio Telógeno
Conheça as causas da queda de cabelo intensa

Durante o banho e ao pentear os cabelos, muitas pessoas podem notar a perda de alguns fios. Porém, em casos extremos, quando a queda se torna excessiva, o cabelo passa a ficar “ralo” e com falhas aparentes.

Além de causar incômodo, o problema pode ser o indicativo de algum desequilíbrio na saúde física ou emocional. A principal causa dessa queda intensa é o eflúvio telógeno.

O que é eflúvio telógeno?

A queda excessiva de cabelo pode ter diferentes motivos, mas o mais recorrente é uma dermatose capilar chamada eflúvio telógeno. Trata-se de uma inflamação no couro cabeludo que faz com que os fios caiam repentinamente.

O eflúvio se divide em dois tipos: agudo e crônico. São subtítulos que compartilham a queixa de queda aguda, mas são clinicamente distintos.

Eflúvio telógeno agudo: sua causa está associada a algum evento que aconteceu três meses antes do início da queda. Isso porque o período de preparo para a queda dura de dois a três meses e os fios se desprendem ao final desse ciclo. Esses eventos, ou gatilhos, convertem um percentual maior de fios para a fase de queda. Sendo assim, ao invés de termos 100-120 fios caindo diariamente, temos 200-300 fios, dependendo do paciente e da causa do eflúvio.  Os eventos mais associados à queda são: pós-parto, febre, infecção aguda, sinusite, pneumonia, gripe, dietas muito restritivas, doenças metabólicas ou infecciosas, cirurgias, especialmente a bariátrica, por conta da perda de sangue e do estresse metabólico, além do estresse. Algumas medicações também podem desencadear o problema. Tudo isso pode interferir na proporção dos fios na fase de queda. Em geral, 70% dos casos têm o agente descoberto. Já nos 30% restantes a causa acaba por não ser definida.

Eflúvio telógeno crônico: a fase na qual os fios caem muito, se assemelha à versão aguda. Porém, em longo prazo, é diferente. Há ciclos de aumento dos fios na fase de queda, de forma cíclica, uma ou duas vezes por ano, ou a cada dois anos, dependendo do paciente. Conforme o tempo passa, o paciente fica com o cabelo mais volumoso na base e menos volumoso no comprimento. O cabelo fica mais curto e com o “rabo de cavalo” mais fino. Se o paciente só tiver essa condição, não ficará com o cabelo ralo no couro cabeludo. Porém, seu problema pode estar associado a outras condições que causam rarefação dos fios. De qualquer forma, se perde muito volume e comprimento. O problema nem sempre tem causa definida, mas sabe-se que está associado a doenças autoimunes.

Como é diagnosticado?

A queda de cabelo deve ser investigada por um dermatologista. No consultório, o profissional observará os sintomas como falhas nas têmporas e fios ralos por toda cabeça.

Além de ouvir as queixas do paciente, o especialista examinará o quadro e fará uma biópsia do couro cabeludo. O procedimento é simples e acontece no consultório. Em alguns casos, ele poderá pedir também um exame de sangue para confirmar suspeitas e definir um tratamento adequado.

O eflúvio telógeno tem tratamento?

O eflúvio é autolimitado, ou seja, tem uma duração predeterminada de dois a quatro meses, caso não haja outra doença associada. E, de um dia para o outro, há uma aparente melhora. Na teoria, não seria preciso tratamento. Porém, se o paciente tem alguma condição associada, como alopecia androgenética (calvície) ou a alopecia senil (rarefação que surge após os 60 anos), em geral, costuma-se tratá-lo para que possa ter plena capacidade de recuperar o volume e o comprimento dos fios. É importante lembrar que não há um tratamento específico. Algumas medicações, que são estimuladoras do crescimento capilar, podem ser associadas para acelerar esse processo de recuperação. Se o paciente for saudável, e sem doença prévia do couro cabeludo, terá plena capacidade de recuperação. O prognóstico em geral é bom, mas é sempre indicado que a pessoa procure um dermatologista para conhecer melhor seu caso, e se há a necessidade de tratar alguma possível doença de base associada. Ou, ainda, se é preciso descobrir algum fator que possa estar associado à queda, como na área alimentar, seja por uma deficiência de ferro ou vitaminas, ou em razão de dietas hiperproteicas, as quais temos visto mais pessoas aderindo a cada dia. O paciente precisa ser bem orientado para saber o que faz bem para seu metabolismo e ciclo capilar.

Prevenção

Não há prevenção para o eflúvio telógeno. Porém, há situações nas quais seu surgimento é esperado, como na fase do pós-parto, quando é comum ocorrer queda dos fios 2-3 meses após o parto. É aconselhável orientar a paciente a procurar um dermatologista logo no início do problema. O mesmo vale para aqueles que passaram por cirurgia bariátrica ou por uma dieta emagrecedora. Eles precisam ser bem orientados para buscar ajuda assim que notarem a queda acentuada dos fios e obter orientação para a melhor conduta do caso.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia