A Espinheira Santa é uma planta da família Celastraceae. Uma Árvore de pequeno porte dotada de copa arredondada e densa, nativa de regiões de altitude do sul do Brasil. Possui folhas brilhantes e sua textura é semelhante a couro, com margens providas de espinhos pouco rígidos. Suas flores são pequenas e de cor amarelada. Os frutos são capsulas oblongas, deiscentes, de cor vermelha, contendo 1 a 2 sementes de cor preta. Suas partes utilizadas são a folha e caule.
Nome popular: Espinheira Santa, Cancrosa, Cancerosa, Cominho-do-campo, Espinho-dedeus.
Composição Química: Alcalóides: maitanprina, maitansina, maitanbutina e cafeína; Terpenos: maitenina, tingenona e isotenginona III, congorosina A e B, ácido maitenóico, ácido salasperônico, friedelina e friedelinol; flavonóides; leucoantocianidinas; ácido clorogênico; delta-amirina; taninos; traços de sais minerais e oligoelementos.
Indicações e Ação Farmacológica
A Espinheira Santa é indicada principalmente para tratamento de úlceras gástricas, gastralgia; dor de estômago que se localiza no epigastro, e a sensação recorrente de dor ou desconforto na parte superior do abdome, que pode ser descrita como indigestão, gases ou queimação. É utilizada também como antiasmática, contraceptiva e antitumoral. Grande parte dos estudos com a Espinheira Santa foram realizados no Brasil. Um dos primeiros estudos mostrou que a maitenina apresenta atividade antibacteriana in vitro frente às bactérias Gram positivas, tais como: o Bacillus subtilis, Stafilococcus aureus e Streptococcus spp. Na Argentina também se constatou esses resultados.
A maitenina também apresentou atividade inibitória de sarcomas em experimentos realizados. Quando estas provas foram ensaiadas em pacientes com distintas patologias neoplásicas avançadas resistentes à quimioterapia, puderam observar resultados positivos empregando-se doses de 150 mg/kg diárias em carcinomas epidermóides nas amígdalas, na base da língua e na faringe. Em todos os casos, a redução das lesões foi entre 40 e 60% durante o período do experimento, não se observando toxicidade gastrintestinal e nem alterações hematológicas. Cinco anos mais tarde, pôde-se constatar a atividade antitumoral do alcalóide maitansina. Essa substância exerce uma ação através da interferência na síntese da tubulina, uma proteína que intervém na síntese dos microtúbulos, necessários para o funcionamento correto das organelas da célula tumoral. Também se sabe de sua atividade citotóxica nas células Leuk-P 388, CA-9KB e V79. Experimentos realizados na Escola Paulista de Medicina (Unifesp) demonstraram o efeito antiulcerogênico das infusões de Maytenus ilicifolia e Maytenus aquifolium administrados por via intraperitoneal e oral em ratas com úlcera gástrica induzida por indometacina e por situações de stress físico. Finalmente, foi comprovado o efeito tranquilizante, além de potencializar o efeito dos barbitúricos sobre ratas com extrato aquoso, em doses de 170 mg/kg
Toxicidade/Contraindicações
De acordo com as investigações feitas pela Escola paulista de Medicina (Unifesp), a Espinheira Santa não apresenta efeitos tóxicos nem teratogênicos em animais de laboratório em administração crônica ou aguda. Somente na administração intraperitoneal, observaram-se alguns efeitos sobre o SNC, como um estado depressivo. Porém, a maitenina provocou alguns quadros de dermatites localizadas quando administrada via intradérmica. É contraindicado o uso durante a gravidez e na lactação.
Dosagem e Modo de Uso
- Extrato Seco: 500 mg, tomar uma a três vezes ao dia;
- Infusão: 20g para cada 1 litro de água, tomar três a quatro vezes ao dia;
- Extrato Fluido: 2,5 a 5 ml, três vezes ao dia;
- Extrato Seco: 500 mg, tomar uma a três vezes ao dia;
- Pó: 1,5g a 3 g, ao dia;
- Tintura: 5 a10 ml, três vezes ao dia, diluídos em meio copo de água;
- TM: 10 a 20 ml, até três vezes ao dia.