O homem sempre inventou tecnologias que nos ajudam a viver melhor – a bengala para apoiar os nossos passos, os óculos quando não estamos enxergando bem. Tudo isso é natural e já está incorporado no nosso cotidiano. Mas a ciência está indo mais longe. Você já pensou implantar um eletrodo no cérebro para mudar a forma de pensar a comida? Os neurocirurgiões Alessandra Gorgulho e Fábio Godinho explicam isso.
O estudo do HCor está na fase 1 ainda e é voltado para pessoas com obesidade mórbida. O estudo é experimental e não está aberto para novos voluntários. De acordo com a doutora Alessandra, na melhor das hipóteses, novas pessoas podem ser recrutadas entre três e cinco anos.
O tratamento não muda os hábitos alimentares. O que existe de concreto é que o tratamento aumenta o gasto calórico.
A doutora Alessandra explica que o eletrodo é introduzido em uma área do cérebro chamada hipotálamo. “Essa região é responsável pelo controle de váriasfunções, como a relação do controle alimentar, da saciedade, metabolismo, o quanto que existe de gasto calórico.”
Os médicos ainda estão estudando os efeitos colaterais. Entre eles estão a alteração do sono, da função sexual, do humor, aumento da pressão arterial, aumento da frequência cardíaca e aumento da temperatura do corpo.
O mecânico Augustinho Cesar Guariente participou da pesquisa e fez a cirurgia para colocar dois eletrodos no cérebro. A operação aconteceu em novembro de 2014 e Augustinho pesava quase 170 kg. Em cinco meses, ele conseguiu eliminar 26 kg.
O eletrodo também está sendo usado para tratar outras doenças: Parkinson, distonia, tremor essencial, TOC, Síndrome de Tourette e epilepsia.